ser ou não ser zen
Local - cozinha da Dan
Hora - algures antes do jantar
Intervenientes - Cat e Dan
O momento de lavar a loiça é bastante propício a discussões filosóficas. Senão vejamos.
Explicava eu à minha amiga uma teoria da filosofia hindu, que se baseia numa imagem que ilustra a relação do ser humano com o devir. O homem está de pé, em cima de uma ponte, debaixo da qual corre um rio. O rio que corre é o tal devir - os acontecimentos que passam; o homem está voltado de frente para a corrente, observa a água que vem ao seu encontro, que depois passa por debaixo da ponte e corre para longe. O homem observa, mas permanece intacto, porque se encontra em cima da ponte. O seu ser interior não se altera, e todo o conhecimento provém da observação.
Que bonito, dizia eu.
Então... mas... e se vem um raio ou um tremor de terra e a ponte é destruída? pergunta o pragmatismo americano da Dan. Vais ao banho! Lá se foi o ser intacto! É bom que saibas nadar.
E realmente é verdade. E se alguém vier e abanar a ponte - que eu imagino como sendo daquelas do indiana jones, de corda.
Lá se vai a teoria zen.
Já houve alturas da minha vida em que quase caí da merda da ponte. Outras houve em que me atirei à água de propósito, estava tão apetitosa, e eu cheia de calor.
Já quase me afoguei. Passei algum tempo debaixo de água, mas fui salva por alguém com conhecimentos de reanimação. Estou-lhe eternamente grata.
Entretanto, construí uma ponte, julgo eu que mais sólida, e até agora tem dado resultado. Já há mais gente em cima da ponte, já não estou sozinha. E aguenta-se bem. Venham ventos, venham abanões, venham raios e tremores de terra.
Espero por um momento em que a corrente seja menos forte, e ensino o Miguel a nadar. Assim ele tmbém vai poder estar confiante a olhar para o rio lá em baixo.
3 comentários:
ai ai ....o jantar foram cogumelos psicotropicos ??
vai la vai.....
é lindo, mori :)
sao estas coisas que fazem lembrar do pq de ter casado contigo :)
ah! só estas coisas?...
Enviar um comentário