26 fevereiro 2007

para ler

Era uma vez um chimpanzé. Gostava de conversar, fabricar lanças de madeira para caçar, bater na mulher e, nos intervalos, ler histórias de ficção científica.
Leu tanto que acabou por ser considerado um intelectual e, claro, foi para sempre ostracizado pelos outros chimpanzés que viram nisso uma imperdoável falta de sentido de estilo.
Emigrou, e depois de vaguear por várias paragens, acabou por fixar-se aqui no pequeno rectângulo, onde tem levado uma singela existência, e granjeado um pequeno círculo de admiradores. Nos últimos tempos, a sua influência tornou-se tal que deu origem à fundação de uma pequena mas prometedora editora - que podem e devem conhecer aqui - cujo primeiro projecto é uma devida homenagem à sua... não pessoa... como direi... enfim, ao chimpanzé.*
Esperamos que a seguir a este venham mais títulos, e desejamos as maiores felicidades para os dois ;)

* note-se que o chimpanzé é, neste momento, celibatário, e repensou já a sua atitude em relação ao sexo feminino.

22 fevereiro 2007

gaijas

A cara com que cheguei hoje ao trabalho não enganava ninguém... ou quase. A história da noite-sem-dormir-porque-criança-acordou-muitas-vezes ainda pega, e desconfio que sempre pegará com os (alguns, pelo menos) homens. Mas com as mulheres...
Acho que todas já passámos muitas horas seguidas a chorar, e acordámos na manhã seguinte com os olhos inchados e desidratados, a boca seca e um aperto no peito. Porque nos partiram o coração, porque acreditamos naquele momento que nunca mais vamos ser felizes, porque magoámos muito alguém que não merecia. Ou por outra razão razão qualquer.
E nessas manhãs, os olhos não mentem.
Por isso hoje, apertada no elevador com o meu chefe, lá contei a história da noite-sem-dormir-porque-criança-acordou-muitas-vezes enquanto ele, pai de 2 adolescentes, abanava a cabeça compreensivo. Os meus colegas gajos também se solidarizaram comigo. Mas as gajas, bastou um olhar de relance para me virem convidar para tomar um café, e para apertos amigos no braço, com aquele olhar cúmplice de irmandade dos anéis.
O que mais uma vez me faz perguntar... quem melhor que uma gaja para compreender cenas de gaja?

07 fevereiro 2007

irracional é...

Depois de uma hora aos pulos e aos murros no ar*, em que fiquei positivamente com a língua de fora, chegar ao escritório e comer uma embalagem de smarties inteira em 5 minutos.

* no ginásio, claro

05 fevereiro 2007

2 coisas, aliás, 3

A propósito do referendo à IVG (detesto a palavra Aborto... as missões abortam-se, as gravidezes não são missões, por isso interrompem-se).

Coisa 1:
Mesmo que seja ilegal, quem quer e precisa realmente de interromper, vai continuar a fazê-lo. Se tiver dinheiro, numa clínica bem equipada, com toda a segurança, acompanhamento e conforto. Quem não tem, ou tem menos, como puder e onde puder... num apartamento, em casa, onde houver. E isto é profundamente injusto.

Coisa 2:
Porquê precisa?
Porque os preservativos rompem-se. A pílula não é 100% segura. A pílula do dia seguinte também não é 100% segura. Enquanto não houver um método 100% seguro de evitar uma gravidez - para além da abstinência - não podemos condenar a sua interrupção. Ou seja, não nos peçam para evitarmos o sexo. Porque isso também não é justo.

Coisa 3:
Ainda não ouvi ninguém, nem do sim, nem do não, falar do day after... seja qual for que ganhe, o que vamos fazer como complemento da lei?...

à larga, com magnificência

Não consigo perceber porque é que o Salazar está entre os 10 Grandes Portugueses de sempre. Ultrapassa-me. Choca-me. Choca-me ainda mais porque parece-me que muitas pessoas acham isso normal...

Começando pelo princípio, e porque não há dúvida de que o homem era português, GRANDE significa:

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grande


do Lat. grande

adj. 2 gén.,
que tem dimensões avantajadas;
vasto, extenso, duradouro;
poderoso;
grave;
heróico;
respeitável;
magnífico;
bom, magnânimo;
numeroso, copioso;
s. m.,
(no pl. ) os nobres, os ricos.


à -: à larga, com magnificência.

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Não me parece que a criatura beata e enfezada que Salazar foi tenha sido nada disto... a não ser grave, poderoso e vasto. Vasto na opressão e na doutrina. Duradouros, sem dúvida, foram e são os efeitos que ainda hoje se fazem sentir, de 40 anos de ditadura que deixaram o país na mais abjecta miséria, não só económica e social, mas também intelectual e até emocional.

Não tenho dúvidas que o atraso que sentimos hoje a vários níves, esse que nos impede de "convergir" com a Europa, não nasceu, mas cresceu e fortaleceu-se durante esses 40 anos. Incrustou-se. O "orgulhosamente sós" vingou.

A má nutrição física e intelectual durante esses 40 anos deixaram os portugueses tão fracos, que parece que agora nem conseguem lembrar-se de quem foi o grande responsável. Por não terem estudado, por não terem ido ao cinema e lido livros livremente, por não terem tido acesso a toda uma cultura, a toda uma forma de vida que lhes permitisse crescer e desenvolver-se.

E votam alegremente no Salazar... claro que isto é só um programinha de TV idiota. Mas votam. E o homem está entre os 10 primeiros! E ninguém se choca!

01 fevereiro 2007

olá fevereiro

Gosto deste mês porque:

Janeiro acabou FINALMENTE.
já só faltam 49 dias até à Primavera.
só tem 28 dias e portanto daqui a 22 estamos a receber :)
algures lá para o fim espreita uma viagem ;)
ainda há saldos e ainda mais baratos

O único senão é o Carnaval... mas agora tenho uma pipoca para mascarar e é sempre divertido.

PS. e gosto particularmente deste fevereiro porque dia 11 acredito MESMO que o sim vai ganhar.