16 julho 2008

marte e venus ou outra coisa completamente diferente



O último livro que acabei de ler não explica completamente as diferenças entre os homens e as mulheres, mas chega lá muito perto. A CPC tem o génio de apanhar a essência dos sentimentos em frases aparentemente banais, e desta vez inspirou-se no "É proibido fumar" do Jorge Palma, que é um dos discos que ouço muitas e muitas vezes.

E não explica porque não é... explicável. Como diz um dos personagens quase no final, qualquer tentativa de explicar é um passo em direcção à racionalização lógica, e não se racionalizam logicamente os sentimentos humanos. Não se pode. Não se consegue. Ponto.

Em relação ao Purgatório... devo dizer que acho que já lá estive, brevemente, mas que agora olho esse tempo de longe. Não estou no Céu. Estou na Vida. E estou a gostar. Se o Purgatório, tal como é descrito no livro, chegar, cá estarei para o enfrentar, e nadar rapidamente para outras águas. Com ajuda seja do que for. Drogas sexo musica filhos amigos comida viagens e álcool. O que for. Desistir, nunca.

Sinopse
"No meio do nosso caminho", como ficou escrito desde que Dante escreveu A Divina Comédia, é a passagem pelo Purgatório. A meio da nossa vida, já exaustos e a sentirmo-nos assaz espancados e desiludidos, não sabemos onde estamos, quando acaba a expiação dos nossos pecados e, sobretudo, não fazemos ideia do que é que vem a seguir. Tantas histórias que todos conhecemos tão bem.
O que é que sentem realmente os homens que nunca falam? O que é que é mesmo verdade nas conversas das mulheres, que já nem conseguem parar de falar? Para onde é que foi o mundo onde sonhámos que havíamos de estar a viver quando chegássemos a esta idade? Alguém terá, alguma vez, conseguido constituir um verdadeiro casal feliz, digno e sereno na sua aliança? Ainda sobrevive alguém que saiba mesmo o que é a tranquilidade? Mães solteiras, pais de domingo, pessoas que acima de tudo se sentem completamente sozinhas neste mundo, mas ainda não desistiram de dar uma qualquer forma de sentido à segunda metade das suas vidas: somos nós.

Excerto da obra
"Os maridos, Babalu, são a espécie mais incompreendida pela nossa sociedade, e a que merece menos compaixão. Estás-te a rir? Eh pá, poupa-me discursos feministas, pela tua rica saúde. Isso já foi. Já era. Já não corresponde a nada do que realmente existe, pelo menos para a nossa geração. Agora os maridos ou não aguentam mais e se divorciam, como eu, ou andam transformados em baratas tontas a tentar fazer sorrir as senhoras, como eu andava dantes. Ou então, pronto, lá se conformam e se calam e, olha, quando elas os deixam vêem a bola na televisão à noite e vão à caça de dia, que sempre é melhor que partir a loiça toda."

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