28 setembro 2007

kids on drugs...

O Pedro (nome fictício) tem 10 anos, e uma DDAH - Desordem por Défice de Atenção com Hiperactividade. É seguido em dois hospitais em consultas de pedopsiquiatria, e tem também o acompanhamento semanal de uma psicóloga. Anda na escola, mas passa a maior parte do tempo, nas aulas (principalmente as primeiras da manhã) a dormir, porque está demasiado drogado para conseguir manter-se acordado. Como ele, dezenas de outras crianças na mesma escola tomam diariamente Ritalina e outras drogas, como terapia para situações semelhantes.
Na maioria dos casos os pais, pessoas informadas, preocupadas e responsáveis, acreditam que estão a fazer tudo o que está a ao alcance deles para cuidar e ajudar os filhos a lidarem com uma doença que tem origem biológica - ou seja, não tem a ver com a educação, com o meio - na esperança de que os sintomas se esbatam com o tempo, e que eles se tornem adolescentes e adultos "normais" (se é que tal coisa existe).
Acabei de ouvir esta história agora, à hora de almoço, e a imagem do puto a dormir na aula, completamente drogado, não me sai da cabeça. Procurei um bocado por informação sobre DDAH e encontrei uma (das poucas) página portuguesa, onde li o seguinte:

Adultos informados e conhecedores dos sintomas da DDAH, serão capazes de estruturar os ambientes de tal forma que o comportamento da criança se torne adequado e a criança sinta sucesso. Desta forma, em vez de se esperar que seja apenas a criança a modificar-se é o ambiente onde ela interage que se deve modificar e ajustar por mediação do adulto. Ao adulto compete, ainda, providenciar encorajamento para que os comportamentos adequados se repitam.

Ou seja, a doença não é causada pelo meio, mas a sua evolução ou ou controlo pode ser dependente do meio, ou da mediação feita pelo adulto entre a criança e o ambiente. Será mesmo que todas estas crianças precisam de estar drogadas? Ou devia haver espaços e pessoal formado na escolas, capaz de lidar com estes casos de uma maneira mais... humana?

Nada tenho contra as drogas, muito pelo contrário. Já as usei e continuarei a usar, de uma forma consciente e informada. Mas teria TODA a relutância em drogar um filho, e procuraria todos os meios e alternativas ao meu alcance, e mesmo até para além do meu alcance, para o evitar.

O problema, acho, está no tempo e na disponibilidade. A maioria dos pais, pura e simplesmente, não tem tempo para o ser. Eu própria já estive nessa situação. O trabalho ocupa-nos uma quantidade exagerada de tempo, e a logística fica com o resto. O tempo para brincar, conversar, é uma hora e pouco a seguir ao jantar, quando estamos cansados e com a cabeça em água. De resto, as nossas crianças estão com professores, educadores, auxiliares, empregadas e, os mais afortunados, com os avós. E com dezenas de outras crianças.

Junto ainda a informação que 8 em cada 10 crianças em Portugal necessitam ou irão necessitar de acompanhamente psicológico ou psiquiátrico até à adolescência - isto disse-me o meu médico de família.

27 setembro 2007

não sei se se deve só á eficácia da polícia mas...

já viram como é difícil, ultimamente, arranjar droga de qualidade?

poizé, outra vez o chimpanzé




A mais recente edição do Chimpanzé Intelectual saiu dia 21 com o Público.

O livro "Ficções Científicas e Fantásticas" contém 9 histórias - de Rui Zink, Clara Pinto Correia, Manuel João Vieira, Luísa Costa Gomes, Miguel Vale de Almeida, David Soares, João Barreiros, Luís Filipe Silva e Miguel Neto - que nos transportam bem para fora do real. Como nós gostamos.

Se não compraram no dia 21, ainda o podem fazer - em qualquer quiosque - durante as próximas semanas. Ou então online, na loja do Público.

26 setembro 2007

25 setembro 2007

september

Desde, provavelmente, o meio dos anos 90, que não tinha um setembro assim.
Sempre gostei dos setembros; era o mês de voltar à escola, e eu sempre adorei a escola, com excepção da faculdade :p. Era também o mês em que se comprava roupa nova, em que toda a gente estava gira e bronzeada, em que se voltava para a natação, para o ballet e em que havia livros, lápis, canetas e papel de lustro para estrear.
Tudo isso, que esteve esquecido durante uns anos, voltou em força este ano. O Miguel entrou para uma nova escola, e lá fui eu de lista de material em punho, sem esconder o entusiasmo, ao "regresso às aulas" do continente. Também começou na natação, e no outro dia tive um daqueles "momentos", que foi vê-lo comer o primeiro bolo de arroz a seguir à natação - acreditem, são os melhores, aqueles que se comem à saída da piscina. Nunca mais são iguais :)
Bem, isto para dizer que, para além de uma tremenda continência verbal, que me tem impedido de escrever e publicar, também tenho tido pouco tempo. Fica para outro dia um post sobre o quão heróis são (e têm de ser) os pais, que agora, como diria a minha amiga terepovna, tenho de ir ver a anatomia de grey.

:p

24 setembro 2007

the weight of the world

o meu horóscopo para hoje, segundo www.astro.com:

Today may seem depressing and restrictive. You may want to break out of your rut but find that you cannot, because some barrier is holding you back from going out and being yourself. Other people may seem to get in your way and interfere with what you are doing. Physically and psychologically, your energies are low at this time. You may feel that the weight of the world is too heavy, but you don't expect help because you have not asked for it. However, you have probably made that choice yourself. You reinforce the very circumstances that make you feel lonely and isolated. What you must do is break out of this vicious circle and take a good look at the world and the people around you. Even though you are having some problems with them today, the situation will improve rapidly.

Ok, vou tentar...